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Manias: será o que o idoso faz é mesmo mania?

Por Eliane Mello




É comum que no decorrer das nossas vidas adquirimos diversos hábitos.

Acontece que, com o envelhecimento, podemos aumentar nossas características de personalidade e desempenhar um funcionamento mais automatizado das nossas rotinas.

Acontece que quando os filhos se tornam adultos é comum, muitas vezes, que passem a pensar diferentemente dos pais em alguns aspectos e, comecem a questionar as vontades dos pais.

A pergunta que fazemos é: será que é necessário intervir?

Lembrar que as relações são cultivadas no decorrer dos anos, é um fator importante para compreendermos como elas ocorrerão quando nos tornamos mais velhos. O canal de comunicação estabelecido com o idoso e seus familiares e cuidadores baseado na confiança e respeito, farão toda a diferença para os ajustes relacionados ao comportamento e necessidades adquiridas.

Dessa forma, os filhos deverão observar se “as manias” trarão prejuízos para a funcionalidade do idoso. Esses comportamentos expõem o idoso à algum risco?

A intenção será de tomar os cuidados necessários para proteger e evitar riscos à saúde do idoso, mas sem tirar a autonomia e independência.

Algumas dicas sobre como facilitar essa relação de cuidados:

• Tenha empatia

• Tenha paciência

• Pergunte a opinião

• Mostre os benefícios

• Traga o assunto de forma descontraída

• Preserve a autonomia

Essas posturas ajudarão no estreitamento da relação e proporcionará uma convivência mais harmônica entre as partes. Salientamos que impor é uma postura ruim, assim como, infantilizar ou menosprezar o idoso. Por isso, tente sensibiliza-lo sem obriga-lo a fazer algo, afinal, grande parte dos idosos são capazes de tomar decisões e fazer julgamentos pertinentes na condução de sua vida.

Outro aspecto importante é se existem mudanças comportamentais muito diferentes do que era comum na história de vida do idoso. Por isso, embora seja comum mencionarem sobre “manias” na terceira idade, alguns podem ser preocupantes:

Arrumar as coisas o tempo todo, preocupações excessivas com doenças e necessidade de tomar remédios, acumulo obsessivo de objetos, etc.

Há diversos fatores psicossociais de risco que predispõe o idoso à transtornos mentais:

• Perda de papéis sociais

• Perda de autonomia

• Morte de amigos e parentes

• Saúde em declínio

• Isolamento social

• Restrições financeiras

• Redução do funcionamento cognitivo


O termo mania, muitas vezes empregado de forma equivocada, é um sintoma do transtorno bipolar que, anteriormente, levava o nome de transtorno maníaco-depressivo, é um distúrbio associado as alterações de humor que vão de sintomas depressivos à episódios de humor persistentemente elevado ou irritável.

Eliane Mello (Psicóloga e Neuropsicóloga) – CRP 06/63377

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